sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quando era criança, amor era ver a minha mãe aparecendo na porta do meu quarto, no meio da noite, pra ver se eu já estava dormindo. Quando era criança, amor era ouvir meu pai dizendo que eu só ia namorar com trinta anos, e que ainda assim, o rapaz ia ter que pedir para ele. Quando era criança, amor era chegar à escolinha e a professora dizer que no dia seguinte era o dia de levar brinquedo. Quando era criança, amor era aquela preocupação toda dos meus pais, quando eu caia de bicicleta e ralava o joelho no chão. Amor era minha mãe passar merthiolate no meu joelho e assoprar pra não arder tanto. Quando eu cresci, o amor deixou de ser aquela coisinha que me causava umas pontinhas de felicidade no peito, mesmo quando eu ainda era tão que pequenininha, e passou a ser aquela coisa que as pessoas fingem sentir, nos iludindo, jurando um amor que elas nunca sentiram, um amor que elas nem sabem o que realmente significa.
Emanuelly Brito

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